Vai Vai
Primeira noite: dia 8
de fevereiro de 2013 (sexta-feira)
Local: Sambódromo –
Grupo Especial ANHEMBI
Horário:- 02h30
*
Os horários são previsões da Liga das Escolas de Samba de SP e podem sofrer
alterações dependendo da duração de cada desfile
4 - Vai-Vai
Samba-Enredo: “Sangue
da Terra, Videira da Vida: Um brinde de amor em plena avenida - Vinhos Brasil.”
ABERTURA:
SANGUE DA TERRA
Nasci antes da Escrita e já
escreveram bastante a meu respeito. Transformaram-me em predicado, verbo e
sujeito de orações que ecoam pelo Infinito.
Benditos frutos que me deram Vida
e, com ela, a eterna missão: Celebrar a paz e a união entre homens e nações, uma
espécie de porta-voz do Coração.
Lembro-me das Bodas de Caná,
cerimônia de casamento entre judeus,Famílias se uniam na alegria, mas, se
bebida não havia. Como poderiam celebrar?
Foi quando o Mestre intercedeu,
atendendo ao pedido de Maria. A água que enche seis talhas carrega-se em tinta
e sabor um doce aroma, então se espalha, e com ele, surpresa e rubor.
Eis que um milagre se encerra
diante dos noivos e convidados A água transformada em vinho! Abençoado e
purificado, Sou, então, o Sangue da Terra!
Também constam nas Sagradas
Escrituras outra passagem interessante: Depois do Dilúvio, quando preservou
Criações e Criaturas Noé não se esqueceu de um detalhe importante: Cultivou
sementes do trigo e da videira, símbolos de nossa existência, Corpo e Alma que
se multiplicaram pela Terra inteira!
II – CELEBRANDO A VIDA
Com a sua mania de explicar, o
homem decretou a minha sina. Se não sabia onde era o meu lar, imaginou que eu
fosse obra da Criação Divina.
Se tivesse uma pátria, diria que
nasci no Oriente. Mas, a verdade é que surgi, simultaneamente, na África, Europa
e na Ásia, o maior dos continentes. Os egípcios foram os primeiros a saborear,
Gregos e Fenícios me transportaram pelo mar, os Romanos fincaram minhas raízes nos
caminhos da sua ânsia de conquistar.
Fui testemunha de uma inusitada
disputa de poder. Para surpreender seu convidado e revelar a força do Egito, Cleópatra
organizou o maior de todos os banquetes, Tecendo as teias de um flerte com
Marco Antonio, já enfeitiçado.
Mandou os criados servirem o que
havia de mais saboroso, E para celebrar o início do namoro, colocou no cálice
do todo-poderoso. O seu fantástico par de brincos de pérolas e ouro!
III – CÁLICE BENTO
Com a queda dos Romanos, videiras
cultivadas por mãos escravas ficaram ao abandono. Nas trevas da Idade Média. Dormi
um longo sono e envelheci em barris, meu novo trono. Agora, servia ao Senhor,
fazendo parte da Liturgia e da Eucaristia em Seu louvor.
IV - SABOR BRASIL
Chego ao Brasil trazido por mãos
portuguesas, com certeza, mas foram os italianos que ouviram os conselhos do
Minuano. Semearam as minhas videiras nas altaneiras serras do
Rio Grande do Sul. Cresci
admirando esse manto azul que cobre terras amigas, abençoando pobres e ricos,
brancos e negros, como na Ceia do Bexiga!
Gregos e romanos começaram uma
festa, parecida com essa, celebrando a alegria. Brindemos à nossa gente bamba,
à Mitologia do Samba e a esse povo festeiro! Ora, viva o Vinho Brasileiro!
V - A ARCA DO FUTURO
Sou fonte de inspiração: luz,
câmera, ação! Arte, energia e emoção. Na tela do cinema nos versos de um poema
no calor de uma paixão Sou a harmonia de vários elementos o detalhe de cada
sentimento
E preciso de um momento para a
sua reflexão, a vida depende do equilíbrio da Natureza e ela, só depende da
gente. Levem para a Arca do Futuro e guardem em local seguro todas as provisões
que serão legadas às novas gerações. Mas, não se esqueçam de minhas sementes...
Quando estiverem no futuro abrigo
Matando as saudades desse velho
amigo
Tenham muita atenção:
Celebrem com alegria,
Mas bebam com moderação.
Saúde, Vai-Vai!
Um brinde a vida!
Cahe Rodrigues
Carnavalesco
Pesquisa e Roteiro:
Cahe Rodrigues, Marta Queiroz e
Cláudio Vieira
Letra do Samba Enredo.
Autores: Zeca do
Cavaco, Ronaldinho FDQ, Osvaldinho da Cuíca, Evaldo Rodrigues e Valter Camargo
Intérprete: Nego
Divino eu sou
Sangue da terra, videira da vida
Um brinde de amor transbordo em plena avenida
Cantando um sonho novo
Matriz, escola do povo
Respeite o meu pavilhão
Nasci no Oriente
No manto sagrado me purifiquei
E conquistei egípicios, gregos e romanos
Eu vi vencer a sedução
E a disputa do poder; testemunhei
Dormi um longo sono em porões e barris
Enchi o cálice sagrado
Em seu louvor
No colo do tempo, ao sopro dos ventos
Sob o céu anil
Por brancos e negros, sou abençoado
Sabor Brasil
Na tela do cinema
Eu viajei com emoção
Nos versos de um poema
No calor de uma paixão
A natureza só pede um pouco de reflexão
E na arca do futuro
Lugar seguro me abrigarei
E hoje na folia vamos festejar
Bebam com moderação
Valeu Vai-Vai
Assista vídeo: